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Lamento Da Lua Nas Províncias

Ah! Lua, formosa e cheia,
Gorda, qual fortuna alheia !

A corneta soa ao fundo,
Passa, o senhor adjunto.

Um cravo toca a vidraça,
Um gato atravessa a praça:

É a província que dorme,
Lançando o último acorde !

O piano bate a janela.
Que horas são agora bela ?

Tranquila Lua, que exílio !
Preciso dizer que brilho ?

Lua - Lua diletante,
De nenhum clima distante,

Viste ontem o Missouri,
E as muralhas de Paris,

Fiordes do norte-europeu,
Pólos, mares, que sei eu ?

Lua contente, assim olhas,
O comboio, a esta hora,

De sua viagem de núpcias !
Eles partiram pra Escócia.

Que cena, se, este inverno,
Ela seguisse meus versos !

Lua - Lua navegante,
Sejamos então amantes ?

Ricas noites ! Eu me deito,
A Província no meu peito !

E a Lua, bondosa velha,
Enfia algodão na orelha.

 Jules Laforgue

Traduction de Régis Bonvicino

Le site proposant ce poème étant disparu, je le mets à votre disposition...

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